terça-feira, 22 de dezembro de 2009

TRABALHOS ACADÊMICOS - JORNALISMO

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
4º SEMESTRE NOTURNO
DISCIPLINA : ÉTICA
PROFESSOR MARCUS VINÍCIUS BATISTA
ALUNA : MARCIA ELISABETH LEITE

Análise do filme “ INTRIGAS DE ESTADO “ e o tema
“A MÍDIA COMO ESPETÁCULO”



O Filme retrata a velha relação conflituosa entre o idealismo jornalístico e as necessidades econômicoempresariais do jornal.
No caso, polarizam a cena Russell Crowe, no papel de um jornalista experiente, e Rachel McAdams, no papel de blogueira midiática.
Bem, o tema é chavão, mas bem roteirizado, aliado a excelente interpretação de Crowe, um charme a parte, que apaixona com o seu adorável Cal, bem ao estilo dos deliciosos e românticos antiheróis que gosta de protagonizar, como em “Um Bom Ano” e “ Mentes brilhantes “.
O foco central deste discurso analítico é a mídia como espetáculo. Ou seja, vale a notícia ou o espetáculo dela? O que vende mais jornal?
Tenho para mim, que o assunto é e será sempre recorrente, cabendo aos empresários e a nós próprios, enquanto profissionais de comunicação, saber temperar esse mix de necessidades. Por que não pode ser “tudojuntoemisturado”? Como? Fácil, vamos mixar a notícia-verdade com o espetáculo. Tal como um banquete. Serve-se os aperitivos, dá-se o consomé, janta-se a entrada, depois, o prato principal, com duas opções, após, a sobremesa, o cafezinho , o licor e o chocolatinho digestivo.
O Limão.com do Estadão é um bom exemplo desta sacada empresarial. O velho e bom Estadão, jornal da categoria “para velhos”, está tentando a aproximação com a moçada pelo Limão. Pessoas inteligentes! Será que um jornalista discordaria dessa estratégia?
Saiam dos guetos, jornalistas, por favor!!!!
Na verdade, me incomoda muito esse estigma paradoxal de perfis. De um lado o empresarial dos jornais e do outro a postura dos jornalistas, ora submissos totais ao editor, ora puxando a faca da bainha para a briga, do tipo, “se não for do meu jeito não vai ser de jeito nenhum “.
Será que não existe diálogo no jornalismo? Caramba! Será que não há possibilidade de um ouvir e ponderar o que o outro quer dizer?
Parece que há uma padronização dos editores em perfis de carrascos. Será que é assim mesmo? A mim soa como cenário, muito embora alguns professores da casa, encarnem com fidelidade o personagem em redações laboratoriais ( sem citação de nomes, please).
Convenhamos, é muita intransigência e inflexibilidade.
Chega até a soar ridículo o paradoxo. Veja que, recentemente, em sala de aula, uma professora defendia a idéia de que, seria melhor não trabalhar, a pensar na notícia também como um produto de venda.
Por quê? E por acaso não é produto? Por acaso não é consumida?O jornal não é vendido?
Perguntei a ela se fosse convidada para dirigir um jornal se ela aceitaria. Houve, evidentemente, um silêncio constrangedor como resposta. E, pasme! Meia hora depois, a declaração em tom envernizado. “- Marcia , é claro que eu aceitaria, mas iria ponderar sobre as notícias a serem veiculadas.” Pombas!!! Demorou para responder não é mesmo? Veio de navio, lá da Revolução dos Cravos !!
Bem, é isso. Eu entendo a pedagogia da casa, mas, confesso que o cachimbo fez a minha boca torta e raciocino mais no âmbito de gerenciamento empresarial. Tenho cá certas convicções de modernidade para o jornalismo.
Tantos cursos de logística, administração etc etc etc, por que este assunto ideológico batido?
Alô, alô galera da faculdade e da defesa do diploma !! Vamos incrementar o lado empresarial aí gente!!!!
Ah, me esqueci ..., o sindicato não vai gostar ...
Por que não ensinar a ser um bom jornalista/empresário?
Precisam de algum suporte jurídico ? Estou às ordens!!!
Há notícia? Há verdade? Vamos procurá-las, e se possível, mostrá-las ( às vezes não o é , sem demagogia).
Há espetáculo para a venda? Ótimo. Vamos temperar com criatividade, bom gosto e bom senso, e vamos dar o show.
Tal como acontece nas novelas, há de haver muito choro, idas e vindas, para deixar o público bastante interessado pelo óbvio desfecho; o casamento e/ou a punição do vilão!!! Tudo muito bem dosado, evidentemente, para que não caia no descrédito e na vala das mídias classe “C” de baixo nível.
Infelizmente, para a maioria das pessoas, a vida verdadeira e o seus “preto e branco” já bastam no dia a dia. Assim, penso que valem o talento, vontade e bom senso para a solução do impasse, no objetivo de atingir o equilíbrio perfeito, entre notícia e espetáculo.


Beijo, Prof.

Marcia Leite

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